FIA recebe R$ 152 mi por inscrições, mas não tem dinheiro para ‘juízes’

A controvérsia sobre a falta de comissários profissionais na Fórmula 1, um assunto da última temporada que deve persistir em 2025, está novamente em foco. A questão central gira em torno do financiamento para a contratação de comissários profissionais que atuem como árbitros das corridas. A FIA, recentemente, teve um aumento considerável em sua receita, proveniente das taxas de inscrição das equipes. Cada equipe paga uma quantia baseada nos pontos conquistados na temporada anterior. Com a temporada de 2024 sendo a mais longa da história, com 24 corridas e 6 sprints, o total arrecadado chegou a US$ 25,8 milhões (R$ 152 milhões). A variação se deve ao maior número de pontos e correção da inflação, resultando em um aumento de quase US$ 2 milhões em relação ao ano anterior. Esse valor foi distribuído de forma variável, com a McLaren, campeã de construtores, pagando pouco mais de US$ 6 milhões, enquanto a Sauber, última colocada, pagou cerca de US$ 700 mil. O cálculo considera uma taxa básica de US$ 680.203 para todas as equipes, acrescida de US$ 8.161 por ponto para a campeã e US$ 6.799 para as demais.Apesar do aumento da receita, a FIA, sob a liderança de Mohammad ben Sulayem, afirma não ter recursos para contratar e treinar comissários profissionais. Essa declaração surge em meio às pressões da associação de pilotos por julgamentos mais consistentes. Atualmente, a FIA custeia viagens e hospedagem, além de uma ajuda de custo para os comissários, que são voluntários e não recebem salário. Sulayem argumenta que a FIA decide como utiliza seus recursos, comparando a situação com a remuneração dos pilotos, que recebem milhões de dólares, e questionando o direito dos pilotos de interferir nas decisões financeiras da FIA. A pressão sobre a FIA se justifica pelo papel da entidade na definição e fiscalização dos regulamentos da Fórmula 1, incluindo vistorias de carros e criação de regras, áreas onde atuam tanto profissionais pagos quanto voluntários. Os comissários, escolhidos pela FIA, tomam decisões em nome da entidade e recolhem multas aplicadas aos pilotos. Portanto, a cobrança por profissionalização dos comissários é natural. Essa situação ocorre num momento crucial, com negociações para o novo Pacto da Concórdia, um contrato entre FIA, Liberty Media e equipes para definir o funcionamento da Fórmula 1 nos próximos anos. Essa negociação pode representar uma oportunidade para resolver a questão dos comissários e, possivelmente, redistribuir os custos, como ocorre na Premier League, onde a Professional Game Match Officials Limited (PGMOL), mantida pela Premier League, English Football League e Football Association, arca com os salários dos árbitros. Isso poderia aliviar a FIA e não seria totalmente prejudicial à Liberty Media, que já tentou assumir responsabilidades anteriormente exercidas pela federação.

  • Aumento significativo na receita da FIA com inscrições das equipes.
  • Pressão por comissários profissionais para julgamentos mais consistentes.
  • Debate sobre o uso dos recursos financeiros da FIA.
  • Negociações para o novo Pacto da Concórdia como cenário para solução do problema.

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