Apenas 8,3% do lixo urbano é reaproveitado no Brasil

O Brasil enfrenta um desafio crítico na gestão de resíduos sólidos. Cada brasileiro descarta, em média, um quilo de lixo diariamente, totalizando 81 milhões de toneladas em 2023. Apesar de uma alta taxa de coleta (75,6 milhões de toneladas), a destinação adequada é preocupante. Apenas 58,5% do lixo coletado vai para aterros sanitários legalizados, enquanto o restante polui lixões, terrenos baldios e cursos d’água.

A reciclagem é baixa: 8,3% (6,7 milhões de toneladas) do total de resíduos são reaproveitados. O Sudeste lidera na geração de lixo (39,9 milhões de toneladas), enquanto o Sul apresenta os menores índices. Regiões Norte e Nordeste enfrentam desafios na coleta, com descarte a céu aberto prevalecendo.

Especialistas destacam a necessidade de políticas públicas que promovam a redução, a reutilização e a reciclagem. Aumentar a coleta seletiva, com ecopontos e educação ambiental, é crucial. A formalização e remuneração de catadores (responsáveis por 90% da coleta de materiais recicláveis) também se faz necessária.

Há potencial para produzir biometano a partir de resíduos orgânicos, atualmente subaproveitado. Seis plantas de produção de biometano estão em funcionamento (SP, RJ e Fortaleza), com capacidade para suprir apenas uma pequena parcela da demanda nacional de gás natural. Aumentar esse número, especialmente em aterros sanitários, e investir em logística, poderia ajudar a diversificar a matriz energética.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), apesar de prever a erradicação de lixões até 2024, ainda encontra desafios em sua implementação. Estima-se que 3 mil lixões permanecem no país. A falta de recursos financeiros e técnicos nos municípios, além da falta de uma taxa de resíduos sólidos, são entraves. Há iniciativas governamentais, incluindo programas de apoio e incentivo à reciclagem, e um projeto de lei que proíbe a importação de resíduos sólidos aguarda sanção presidencial.

A conscientização da população sobre consumo consciente é igualmente importante, com a promoção de hábitos sustentáveis desde a infância. Soluções eficazes requerem esforços combinados do governo, empresas e cidadãos, priorizando a redução do lixo e a destinação adequada dos resíduos.

UOL – Como o Brasil poderia melhorar a destinação do seu lixo

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